Antonio Gramsci e a violência dos subalternos: guerra, política e 'arditismo popular'
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este texto tem o objetivo de mapear e articular as principais passagens historiográficas e reflexões teóricas em que Antonio Gramsci trata da violência política principalmente em seus Cadernos do Cárcere (1929-1935), mas também com atenção a seus escritos pré-carcerários. A hipótese desenvolvida é de que tais passagens, reunidas e articuladas teoricamente, servem para demonstrar a existência de um método gramsciano para analisar o tema. A análise teórica dos textos de Gramsci, localizados em seu contexto histórico, conduz-nos, pela pena do próprio Gramsci, à análise da prática do 'arditismo popular' como organização política de grupos subalternos de importante valor para discutir as formas possíveis de luta por fora da institucionalidade vigente, bem como à discussão da relevância desses tipos de luta para a emancipação social e para o desenvolvimento autônomo de tais grupos.
Detalhes do artigo
Referências
Antonioli, M. (1997). Il sindacalismo italiano: dalle origini al fascismo. Pisa, Itália: BFS.
Bianchi, A. (2008). O laboratório de Gramsci: filosofia, história e política. São Paulo, Brasil: Alameda.
Bobbio, N., Matteucci, N. e Pasquino, G. (1998). Dicionário de Política. Brasília, Brasil: UnB.
Ciccarelli, R. (2009a). Guerra partigiana. Em G. Liguori e P. Voza (eds.). Dizionario Gramsciano (pp. 385-386). Roma, Itália: Carocci.
Ciccarelli, R. (2009b). Guerra. Em G. Liguori e P. Voza (eds.), Dizionario Gramsciano (pp. 376-379.). Roma, Itália: Carocci.
Clausewitz, C. (2007). On War. New York, United States: Oxford University Press.
Coggiola, O. (2010). Introdução. Em K. Marx e F. Engels (eds.), Manifesto Comunista (pp. 9-36). São Paulo, Brasil: Boitempo.
Colarizi, S. (2000). Storia del Novecento Italiano. Milano, Itália: BUR.
Del Roio, M. (2005). Os prismas de Gramsci: a fórmula política da frente única (1919-1926). São Paulo, Brasil: Xamã.
Dias, E. (2000). Gramsci em Turim. A construção do conceito de hegemonia. São Paulo, Brasil: Xamã.
Dias, E. F. (2004). Do giolittismo à guerra mundial ' primeira parte. Campinas, Brasil: IFCH/Unicamp.
Engels, F. (2015). Anti-Dühring. São Paulo, Brasil: Boitempo.
Francescangeli, E. (2008). Arditi del popolo. Argo Secondari e la prima organizzazione antifascista (1917-1922). Roma, Itália: Odradek.
Francioni, G. (1984). L’Officina gramsciana: ipotesi sulla strutura del 'Quaderni del carcere'. Nápoles, Itália: Bibliopolis.
Galastri, L. (2015). Gramsci, marxismo e revisionismo. Campinas, Brasil: Autores Associados.
Garofalo, D. (2010). Arditi del Popolo: storia dela prima lotta armata al fascismo (1917-1922). Recuperado de http://www.comunismoecomunita.org/wp-content/uploads/2010/04/Arditi_del_popolo.pdf
Gianinazzi, W. (2006). Le syndicalisme révolutionnaire em Italie (1904-1925): les hommes et les luttes. Mil neuf cent, 1(24), 95-121.
Gramsci, A. (s/d). Lettere dal cárcere (1926-1937). Edizione elettronica a cura dell’International Gramsci Society.
Gramsci, A. (2005). Cartas do Cárcere (1931-1937). Rio de Janeiro, Brasil: Civilização Brasileira.
Gramsci, A. (2002). Cadernos do Cárcere (vol. 3). Rio de Janeiro, Brasil: Civilização Brasileira.
Gramsci, A. (2001). Quaderni del carcere: edizione critica dell’Istituto Gramsci. A cura di Valentino Gerratana (vol. 4). Turim, Itália: Giulio Einaudi.
Gramsci, A. (1967). Socialismo e fascismo (L’Ordine Nuovo 1921-1922). Torino, Itália: Giulio Einaudi.
Hobbes, T. (1999). O Leviatã. São Paulo, Brasil: Nova Cultural.
Krumeich, G. e Audoin-Rouzeau. S. (2004). Les batailles de la Grande Guerre. Em S. Audoin-Rouzeau e J.-J.Becker (eds.), Encyclopédie de la Grande Guerre: 1914-1918 (pp. 356-359). Paris, França: Bayard.
Lênin, V. (1987). Imperialismo, fase superior do capitalismo. São Paulo, Brasil: Global.
Maquiavel, N. (2004). O Príncipe. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.
Marx, K. (2011). O dezoito de Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo, Brasil: Boitempo.
Marx, K. (1988). O Capital (Livro I, vol. II). São Paulo, Brasil: Nova Cultural.
Morton, A. (2007). Unravelling Gramsci. London, England: Pluto Press.
Przeworski, A. (1989). Capitalismo e socialdemocracia. São Paulo, Brasil: Companhia das Letras.
Sorel, G. (1992). Reflexões sobre a violência. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.
Thomas, P. (2009). The Gramscian moment: philosophy, hegemony and Marxism. Leiden/Boston, United States: Brill.
Tilly, C. (1978). From mobilization to revolution. New York, United States: Random House.
Weber, M. (s/d). Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro, Brasil: Zahar.
Weber, M. (2011). Ciência e Política: duas vocações. São Paulo, Brasil: Cultrix.