Antonio Gramsci e a violência dos subalternos: guerra, política e 'arditismo popular'

Conteúdo do artigo principal

Leandro Galastri

Resumo

Este texto tem o objetivo de mapear e articular as principais passagens historiográficas e reflexões teóricas em que Antonio Gramsci trata da violência política principalmente em seus Cadernos do Cárcere (1929-1935), mas também com atenção a seus escritos pré-carcerários. A hipótese desenvolvida é de que tais passagens, reunidas e articuladas teoricamente, servem para demonstrar a existência de um método gramsciano para analisar o tema. A análise teórica dos textos de Gramsci, localizados em seu contexto histórico, conduz-nos, pela pena do próprio Gramsci, à análise da prática do 'arditismo popular' como organização política de grupos subalternos de importante valor para discutir as formas possíveis de luta por fora da institucionalidade vigente, bem como à discussão da relevância desses tipos de luta para a emancipação social e para o desenvolvimento autônomo de tais grupos.


Como Citar
Galastri, L. (2019). Antonio Gramsci e a violência dos subalternos: guerra, política e ’arditismo popular’. Opinión Jurídica, 18(37), 251–272. https://doi.org/10.22395/ojum.v18n37a10

Detalhes do artigo

Referências

Agostino, A. (2009). Briganti, brigantaggio. Em G. Liguori e P. Voza (eds.), Dizionario Gramsciano (pp. 84-85). Roma, Itália: Carocci.

Antonioli, M. (1997). Il sindacalismo italiano: dalle origini al fascismo. Pisa, Itália: BFS.

Bianchi, A. (2008). O laboratório de Gramsci: filosofia, história e política. São Paulo, Brasil: Alameda.

Bobbio, N., Matteucci, N. e Pasquino, G. (1998). Dicionário de Política. Brasília, Brasil: UnB.

Ciccarelli, R. (2009a). Guerra partigiana. Em G. Liguori e P. Voza (eds.). Dizionario Gramsciano (pp. 385-386). Roma, Itália: Carocci.

Ciccarelli, R. (2009b). Guerra. Em G. Liguori e P. Voza (eds.), Dizionario Gramsciano (pp. 376-379.). Roma, Itália: Carocci.

Clausewitz, C. (2007). On War. New York, United States: Oxford University Press.

Coggiola, O. (2010). Introdução. Em K. Marx e F. Engels (eds.), Manifesto Comunista (pp. 9-36). São Paulo, Brasil: Boitempo.

Colarizi, S. (2000). Storia del Novecento Italiano. Milano, Itália: BUR.

Del Roio, M. (2005). Os prismas de Gramsci: a fórmula política da frente única (1919-1926). São Paulo, Brasil: Xamã.

Dias, E. (2000). Gramsci em Turim. A construção do conceito de hegemonia. São Paulo, Brasil: Xamã.

Dias, E. F. (2004). Do giolittismo à guerra mundial ' primeira parte. Campinas, Brasil: IFCH/Unicamp.

Engels, F. (2015). Anti-Dühring. São Paulo, Brasil: Boitempo.

Francescangeli, E. (2008). Arditi del popolo. Argo Secondari e la prima organizzazione antifascista (1917-1922). Roma, Itália: Odradek.

Francioni, G. (1984). L’Officina gramsciana: ipotesi sulla strutura del 'Quaderni del carcere'. Nápoles, Itália: Bibliopolis.

Galastri, L. (2015). Gramsci, marxismo e revisionismo. Campinas, Brasil: Autores Associados.

Garofalo, D. (2010). Arditi del Popolo: storia dela prima lotta armata al fascismo (1917-1922). Recuperado de http://www.comunismoecomunita.org/wp-content/uploads/2010/04/Arditi_del_popolo.pdf

Gianinazzi, W. (2006). Le syndicalisme révolutionnaire em Italie (1904-1925): les hommes et les luttes. Mil neuf cent, 1(24), 95-121.

Gramsci, A. (s/d). Lettere dal cárcere (1926-1937). Edizione elettronica a cura dell’International Gramsci Society.

Gramsci, A. (2005). Cartas do Cárcere (1931-1937). Rio de Janeiro, Brasil: Civilização Brasileira.

Gramsci, A. (2002). Cadernos do Cárcere (vol. 3). Rio de Janeiro, Brasil: Civilização Brasileira.

Gramsci, A. (2001). Quaderni del carcere: edizione critica dell’Istituto Gramsci. A cura di Valentino Gerratana (vol. 4). Turim, Itália: Giulio Einaudi.

Gramsci, A. (1967). Socialismo e fascismo (L’Ordine Nuovo 1921-1922). Torino, Itália: Giulio Einaudi.

Hobbes, T. (1999). O Leviatã. São Paulo, Brasil: Nova Cultural.

Krumeich, G. e Audoin-Rouzeau. S. (2004). Les batailles de la Grande Guerre. Em S. Audoin-Rouzeau e J.-J.Becker (eds.), Encyclopédie de la Grande Guerre: 1914-1918 (pp. 356-359). Paris, França: Bayard.

Lênin, V. (1987). Imperialismo, fase superior do capitalismo. São Paulo, Brasil: Global.

Maquiavel, N. (2004). O Príncipe. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.

Marx, K. (2011). O dezoito de Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo, Brasil: Boitempo.

Marx, K. (1988). O Capital (Livro I, vol. II). São Paulo, Brasil: Nova Cultural.

Morton, A. (2007). Unravelling Gramsci. London, England: Pluto Press.

Przeworski, A. (1989). Capitalismo e socialdemocracia. São Paulo, Brasil: Companhia das Letras.

Sorel, G. (1992). Reflexões sobre a violência. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.

Thomas, P. (2009). The Gramscian moment: philosophy, hegemony and Marxism. Leiden/Boston, United States: Brill.

Tilly, C. (1978). From mobilization to revolution. New York, United States: Random House.

Weber, M. (s/d). Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro, Brasil: Zahar.

Weber, M. (2011). Ciência e Política: duas vocações. São Paulo, Brasil: Cultrix.
Biografia do Autor

Leandro Galastri, Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho', Marília, Brasil

Cientista político, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. Mestre em Ciência Política, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. Doutor em Ciência Política, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. Professor e investigador, Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho', Marília, Brasil.